- O parto Natural e humanizado de verdade - A maneira segura e emocionante de ajudar mulheres trazer crianças ao mundo

domingo, 9 de novembro de 2008

A belíssima medicina baseada em evidência

Esta verdadeira obra prima da humanidade, a medicina baseada em evidência é o principio regente de toda lógica médica. Ou deveria ser. Seu principal objetivo é não permitir que achismos e conveniências pessoais se sobressaiam à verdade médica.
Pudera todos conhecessem ao menos os princípios que fundamentam os estudos baseados evidências... Do leigo ao PhD. Seria uma grande troca e as pessoas poderiam se responsabilizar de fato por suas escolhas, então, conscientes.
Ela é tão bem resolvida que seu nome se auto-explica, dispensa comentários. É “evidente”!
Ela tem bases sólidas e combate despretensiosamente o que chamo de “mimismo”. Conhece o ”mimismo”? É a “ciência” de se usar como única referência para sua conduta. Este profissional justifica todos os seus procedimentos intervencionistas com tristes episódios isolados que viu acontecer um dia e procede como se o perigo fosse a rotina - não a exceção -, porque quase sempre suas memórias são de tragédias obstétricas mal investigadas.
Reconhecemos este perfil em falas clássicas: “”Para MIM, este é o procedimento...” “,Na MINHA experiência...”, “EU sempre...”, Se acha que faz melhor do que EU, faça você e não ME responsabilizo”, “De acordo com a MINHA experiência...”, “O médico aqui sou EU”... Quem nunca escutou ou disse uma frase dessas que atire a primeira pedra. E o pior, ditos cheios de orgulho.
Jargões a essas alturas derrubados pela “salvadora” medicina baseada em evidência, que não acha nada, mas prova ou dá um norte a tudo. E faz destes clichês, argumentos pobres demais para sobreviverem.
A obstetrícia é a mais difícil área da medicina para quem não acredita na perfeição da fisiologia humana. E que o contrário disso não é a rotina, merecendo cuidado adequado. Infelizmente a grande maioria dos profissionais de saúde, inclusive os bem intencionados, está eternamente a espreita de uma catástrofe obstétrica. Esperam o pior e por isso, intervém tanto. Como se toda mulher com um bebê na barriga fosse uma bomba-relógio, ignorando toda uma história natural de sucesso... Afinal, se não o fosse, não teríamos chegado até aqui.
Lidar com a doença não é fácil, mas lidar com o natural é ainda mais difícil para quem foi treinado “ajudar”, “mexer”, intervir.
Os médicos não são maus. Só acredito que Enfermeiras e obstetrizes podem fazer um trabalho mais satisfatório com gestantes de baixo risco, saudáveis, porque legalmente não dispõe de recursos tecnológicos (fórceps, cesárea). Não habilitados, acabam se especializando em estudos de técnicas mais naturais para o desenrolar do trabalho de parto. E quando nada é necessário, fazem (ou deveriam) seu melhor trabalho: observar.
É fatal: se a tecnologia está próxima, ela será utilizada. E as evidências demonstram que elas atrapalham mais do que ajudam, quando usadas descriteriosamente.
O fato é que a história seria bem outra se a obstetrícia baseada em evidências fosse soberana. E certamente haveria menos erro, menos seqüelas e menos mortes se arrastando Karmicamente pelo cenário brasileiro.
A luta humanista é fazer com que profissionais e a sociedade resgatem a crença no poder do corpo feminino e na arte de observar e não atrapalhar -algumas vezes, não fazer absolutamente nada.
Não é mais tolerável escutar passivamente todos os dias mulheres lamentando “Eu não consegui...” sem tentar verdadeiramente. Isto não é normal, isto não é saudável.
Muitos dos que combatem as evidências, não faz pelas mulheres, mas pela necessidade habitual de contestar tudo que é diferente. O tempo não parou nos tratados que indicavam episiotomia de rotina...
Se mediante juramento, nos propomos a seguir a ética e a ciência, por que não dar ouvidos à boa nova do nascimento e reconhecer que não sabemos tudo?
A mulher tem muito a nos ensinar.
Não há porque se conformar, há muito trabalho a fazer. Estamos juntos neste barcos e precisamos ser humildes para nos ajudar. Eu arrisco dizer que estamos a beira de uma revolução obstétrica. Não sei como será, mas que não der a devida atenção à ciência, à responsabilidade e à ética não permanecerá.
Sonho com um mundo em que as maquinas estarão a serviço do homem – não o contrário – e que a vida seja respeitada desde antes do nascimento até depois da morte.
A medicina baseada em evidência que emerge agora é o “messias” (!) que esperávamos e veio pra ficar.

sábado, 8 de novembro de 2008

Como transformar um cesarista em um potencial humanista

Os profissionais que assumem que suas taxas de cesáreas são altas por sua própria conveniência, honestamente, não representam um desafio para o movimento de humanização do nascimento. Eles são o que são, deixam claro e somente a mulher que deseja uma cesárea o procurará. Não entrarei no mérito da informação ou desinformação desta mulher que se expor a riscos desnecessários. Da forma como a sociedade está hoje organizada (?), este profissional é até necessário.
O que encaro como um grande impasse é o profissional que se diz (sutil ou arduamente) a favor do parto natural, mas tem 80% de cesarianas no currículo.
E o pior disso é que sua habilidade é realmente maior na cesárea, sendo o PN um evento esporádico e inseguro. O que gera tensão e intervenção.
Alguns dizem que são as mulheres que pedem e marcam a cirurgia, quando há pesquisas científicas, dizendo o contrario. Mas mesmo à luz desta hipótese, se realmente este profissional é a favor do PN, como se submeter a realizar um procedimento infundado e inadequado à situação?
A este eu digo: você não precisa se conformar com isto. Quanto mais sua prática se aproximar de seu discurso humanizado, naturalmente as mulheres que querem parir virão até você, que jamais ficará sem trabalho e... Sem ética.
É óbvio que a quantidade de gestantes diminuirá e que a média paga pelos planos de saúde pelo parto não seria um pagamento justo por várias horas de trabalho de parto. E não haveria tempo para manter todas as clientes que tem hoje assim.
E é aí que começam as vantagens para o recém humanizado.
Primeiro, as que querem cesária absolutamente desaparecerão, pois não falta quem faça.
Em segundo lugar, o parto será melhor remunerado, tendo em vista seu destaque diante de outras práticas obstétricas, sua maior disponibilidade e seu diferencial.
Terceiro, com menos clientes, estará menos sujeito a erros por poder se dedicar mais e se vincular a cada uma das mulheres que acompanhar. Sem excessos, sem stress.
Por último – mas não menos importante -, você sentirá melhor até consigo mesmo por ter uma prática coerente com a lógica ético-científico-humana, feitas em juramento. Será convidado a explanar sobre sua experiência em evento tanto para mulheres quanto para colegas. O diferente chama muito a atenção e logo você será a referência regional de parto humanizado e redução de cesáreas. Acredite! É assim com todos.
Mas o prêmio “hors concours” da satisfação em ser humanista é poder ver e ajudar freqüentemente bebês nascendo em paz, mães mais seguras colocando seus filhos no mundo sem nada, senão sua própria força. E saber que sua presença fez toda diferença. Dando segurança, tranqüilidade, romantismo e o tom sagrado que todo nascimento poderia ter.
Não tenho muito mais palavras para tentar te fazer entender... Mas sei que se leu até aqui, existe uma semente em algum lugar.
Ainda não é tarde.
Tente. Dê o primeiro passo. Comece por algum lugar. Não digo que não seja solitário e difícil no início. Mas é um caminho apaixonantemente sem volta. E o tempo depende mais do quanto você quer, se dispõe e acredita do que do próprio destino.
De tudo, o que garanto é uma satisfação pessoal sem limites e uma vida mais produtiva, memorável e intensa.

Eles já me visitaram