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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

“Parto Normal Demais”


A inserção da cesariana na nossa cultura provocou uma inversão de valores que jamais seria conseguida se tivesse sido cuidadosamente planejada.

A cesárea, antes temida, agora é um procedimento corriqueiro pelo qual a maioria covardemente esmagadora das mulheres de classe media e alta passa sem questionar. Como se, ser operada para o nascimento de um filho, fizesse parte do curso natural da vida.

E hoje em dia, pouco importa o que diz a ciência quando não nos importamos com nossos próprios processos fisiológicos, quando terceirizamos a tutela de nossa saúde e delegamos o poder sobre as decisões essenciais, nos tornando senhores de nossas vontades fúteis sem qualquer vinculação com suas conseqüências.

A cultura se transformou tanto que uma cirurgia de grande porte se tornou mais comum e corriqueira do que - o antes - processo natural de parir, este sim parte inerente a vida das mulheres de outrora.

E aí se instalou uma certeza nas mentes, femininas e masculinas, de nosso país: “cesárea salva e parto normal mata”. Como se parto normal até fosse melhor, mas, à menor dificuldade, lá estava a cirurgia salvadora para corrigir os erros – hoje “tão comuns” = da natureza.

Pouco importa o que diz a ciência e ignora-se a racionalidade: as mulheres são defectíveis demais é a idéia que impera na nossa sociedade sexista e simplista.

De nada adiantará citar OMS, Ministério da Saúde, Cochraine, Obstetrícia Baseada em Evidência. Tudo o que realmente interessa é a cultura arraigada, inquestionável, a lei do menor esforço e do capitalismo e a deusa tecné acima de qualquer suspeita.

Então nos deparamos com frases como “Fazem parto normal a qualquer custo”, quando os números dizem exatamente o contrário. E eles também são desprezados.

Julgamos e condenamos sumariamente o parto normal, pois a natureza “precisa” de tutela. Torturamos com palavras tudo o que nos causa repulsa sem jamais refletir sobre o que de fato estamos criticando.

Há mais indicações de cesáreas entre o céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia.

E enquanto não transformamos nossa forma de ver o mundo e a nós mesmos, nem a forma de nascer nem o mundo mudarão.

4 comentários:

Unknown disse...

oi, querida..
Sinto que esse post tem muito a ver com que estávamos conversando no messenger semana passada.
Falando nisso como está aquele caso?
Bjoks
Paula

Kalu disse...

Dydy,

Numa sociedade em que as mulheres se submetem a uma cirurgia por mero padrão estético, como Lipo e Silicone, ter uma via de nascimento através de uma cirurgia é obvio ululante. Somado com a crença de que natural é animalesco. Humano é a tecnologia. Afinal, muitas deixam de menstruar, muitas se valem da reprodução assistida, muitas sequer irão amamentar. Ela produzirão filhos da tecnologia, robos humanos do ponto de vista energético.

Unknown disse...

hahaha, que ironico num blog da Dy, um comentário do Min da Saúde sobre vacinação em massa.
hahahaha

Misturação - Ana Karla disse...

Bom dia Dydy!

Cheguei aqui no seu blog após ler um e-mail que gostei muito.
Tenho dois filhos e já sou "ligada", porém esses assuntos me fascinam, ainda mais por experiências.
Parabéns pelo blog.

Xeros

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