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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Briga pelo Parto

A interdição da Casa de parto de Realengo e a luta pela reabertura foram longe demais.
E em vários sentidos.

Quem desejou ou procurou seu fechamento não esperava que as coisas fossem se desenrolar desta forma: audiência publica, passeata, reuniões e mais reuniões, processos, manifestações, abaixo assinado, união.

Como Enfermeira, pela primeira vez em minha vida, vi feliz COREn, Sindicato dos Enfermeiros e ABENFO juntas pela mesma causa.
Só um enfermeiro sabe o que isso significa...

Vi colegas enfermeiros e, surpresa, vi também médicos diferentes apoiando a escolha feminina de parir, acima de qualquer outro interesse.

Assisti a sensibilização e a manifestação de políticos, que jamais pensei se importarem tanto com as mulheres, comprando briga, se expondo...

Reencontrei professores e colegas de militância de longa data.. É uma delicia descobrir que existem outros companheiros que, como eu, não desistem.
Não desistirão nunca.

E as mulheres... Ah as mulheres! Firmes na exigência de seus direitos, enfrentaram seus próprios medos, depois os preconceitos e agora lutam pelo respeito às suas escolhas.

Ninguém esperava que o saldo fosse tão positivo!
O parto natural, em todas as TVs, promovido ao horário nobre.
E o maior ganho da história toda: militantes e mulheres, nos descobrimos muito mais fortes do que nós e eles imaginávamos.

Só consigo pensar no péssimo negócio para os opositores o fechamento da Casa de Parto. Se lerem jornais, assistirem TV ou se puseram a mão na consciência, a esta altura, já se arrependeram amargamente.
A única garantia é que eles não nos ignoram como querem fazer parecer.

O que acontecerá então é a busca de casais por suas opções de parto; as enfermeiras obstetras serão mais procuradas, porque então eles saberão o que esperar delas; os médicos realmente humanizados serão valorizados; e começara um movimento ainda mais intenso pela a abertura de novas Casas de Parto.

Um grande passo foi dado. O poder da visibilidade será traduzido em informação,e conscientização e a quebra da “patente” sobre o parto.

Este modelo anacrônico já começou a rolar ladeira abaixo. As donas dos corpos tomaram posse...
E nasce um novo paradigma.

2 comentários:

Denise disse...

Uma mãozinha aqui, outra barriguinha ali e juntas formamos um corpo enorme de pessoas que acreditam na capacidade da mulher, em especial na sua capacidade de parir! Não vamos desistir, não!!

Anônimo disse...

Oi DyDy! Você escreve muuuito bem!
E tudo aqui combina muito comigo, gosto muito!
Um grande abraço
Fran

'Precisamos encontrar pessoas assim para nos unir e restaurar aquele lado que já não está mais prestando'.

Eles já me visitaram