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sábado, 26 de junho de 2010

Enganada Eu?

Muitas vezes os profissionais humanistas, ou seja, aqueles que acreditam no poder do corpo humano, mais especificamente no feminino no parir, têm que escutar das mulheres que terão que fazer cesárea, apresentando um motivo que não é indicação de cesárea ou mesmo explicando sua cirurgia com argumentos ingênuos, decorados, preconceituosos e defensivos.

Quando isso acontece, alguns tentam usar as palavras certas para que a mulher tire sua próprias conclusões, pois é muito complicado ser antiético, as vezes, publicamente com um colega, mesmo quando ele foi descaradamente antiético com uma cliente...

Sim, porque não há outro nome para submeter uma pessoa a riscos 6 vezes maiores para si e seu filho, em nome de organização de agenda, liberdade e até de dinheiro.

Por que não falar em dinheiro?
Adoram dizer que os humanistas cobram caro... Mas um profissional humanizado acaba ganhando menos do que um cesarista, porque é obrigado a ter muito menos gestantes e assistir muito menos partos, já que não tem dia nem hora para fazer. Além de uma vida pessoal tensa, pois a qualquer momento pode haver um chamado. De 37 a 42 semanas, nada de noitadas e viagens. Hão de estar prontos a qualquer tempo. Quem se dispõe a fazer isso?

Para muitas pessoas, o importante é estar com a razão, independente da razão estar com elas. Diminuir os outros, ajuda a nos manter na zona de conforto.

Imagine como deve ser difícil para uma mulher que sonhou todos os dias de sua gravidez com este evento biológico supremo, este momento emocional sublime, escutar do profissional em que confia que vai ter que marcar a cesarárea pra semana que vem, porque o cordão está enrolado no pescoço e se o bebê não fosse “tão” grande, daria. Ou pior: em pleno trabalho de parto, dizer que já foram longe demais e que agora o risco é por conta dela.

É compreensível que esta mulher viva seu luto e até mesmo que acredite que sua cesárea salvou a vida do seu filho. Mas quando olhamos as estatíticas de seu profissional (90% de cesáreas), vemos que esta cesárea não apenas não salvou sua vida, mas, ao contrário, a expôs a um risco ainda maior.

Admitir ter sido enganada não é fácil e não é para todas. O fato é que uma porcentagem muito, muito pequena das mulheres que tiveram cesarianas, realmente precisaram e dificilmente você foi exatamente uma delas.

Mas algumas destas, vão buscar bravamente as verdadeiras indicações da sua cirurgia. Algumas mal se recuperam de sua cesárea para ir atrás e o que é mais legal: procurando sua responsabilidade nisso tudo.

Quando as coisas não acontecem como sonhamos, lidar com a frustração no meio de tanta emoção é delicadíssimo. O parto pode não ter acontecido, mas a mãe está nascendo exatamente neste momento.

Deixar pra lá esta grande questão por não poder voltar no tempo é uma grande besteira, pois é a ferida que faz nascer a pérola da ostra. A cicatriz emocional é muito mais profunda do que a marca deixada no coração... Selada por sentimentos de incapacidade e traição imensuráveis.

O luto é individual, mas o apoio sem "coitadismo" pode e provavelmente renderá bons frutos. Renascer do caos faz parte de ser mãe. Ainda há muito a fazer: amamentar, educar, ensinar... Mas não há lição que possamos nos dar o luxo de desperdiçar, sem reflexão, achando que as coisas são como são e ponto final.

Para aquelas que ainda podem acertar, eu quero dizer algumas coisas.
Muitas não acreditam nas coisas que dizemos. Acham loucura e radicalismo parir em casa e que parir em hospital com um médico do plano não pode ser tão difícil assim. Porém, já assistimos incontáveis vezes a mesmíssima história. Tenha ao seu lado profissionais que lhe tragam coragem e força até mesmo quando você não acreditar mais. Esteja num lugar onde a fêmea mamífera dentro de ti possa desabrochar em sua glória. Não tome a decisão dos outros, porque o parto é seu e nada pode trazer mais satisfação do que trazer um filho saudável por você mesma.

Um comentário:

Unknown disse...

Dydy, vc mexe muito comigo... Mesmo... Eu já falei para vc que muitas vezes nem deixo comentário pq não sei nem por onde começar... Nem o que comentar, tão intensamente você me faz pensar! Esse post me fez olhar tanto para quando o Leo nasceu em 2005... Eu já digeri, sei o quanto eu fui acomodada... Mas ao mesmo tempo sei que ainda não passei o que tinha que passar, já que embora eu pense em engravidar novamente, não me vejo pronta para enfrentar a luta que será para chegar ao parto, não é um desnecesárea de novo.
Dydy, você é a minha inspiração, mesmo que às vezes me faça doer, pq me faz olhar para lugares dentro de mim que não queria olhar.
Obrigada!!!!

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