- O parto Natural e humanizado de verdade - A maneira segura e emocionante de ajudar mulheres trazer crianças ao mundo

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Assistir cesáreas


Definitivamente, esta não era uma notícia que eu gostaria de dar e uma situação que eu escolha viver.

Por outro lado, compreendemos que mesmo que não exista indicação clínica, existem limites pessoais, de mulheres que sonharam verdadeiramente com esse papel biológico de parir.

E aí, nos resta compreender e concordar com os limites, que são pessoais, mas que desde que tomados conscientemente, têm, de alguma forma, seu valor.

Não podemos dizer que uma cesárea assim é tão desnecessária quanto uma cesariana marcada as 39 semanas devido a circular de cordão.

As vezes, precisamos ver as situações de maneira particular e compreender que as cesarianas, principalmente nas sociedades modernas, têm sua importância que na prática, não é salvar necessariamente vidas.

Além da cliente, existe as razoes que motivam os profissionais a fazer isto. Não estou falando de qualquer profissional, mas daquele que sonha junto, que vai fundo, que quer parir aquele bebê com a mulher.
Este é meu caso.

Apesar de confiar na mulher, de reviver meus próprios partos com elas, eu só sei até onde eu posso ir, mas não posso querer que as outras tenham um limite tão distante quanto o meu.

E mesmo assim, eu as admiro por conseguirem remar por tanto tempo contra a maré de pressão, medo e responsabilização.

Sei que estes bebês têm mães que pensaram o tempo inteiro em seu bem estar e que, apesar desta cultura opressora, deram a eles o que de melhor tinham a oferecer: o cuidado.

Hoje falo sob uma perspectiva pessoal, todo emocional oscila e eu posso não ter a mesma opinião diante de outra cliente.

Mas o que posso dizer agora é que nós fomos até onde podíamos ir.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Contra o ato médico


Como vcs ja devem saber, o ato médico esta em votação no site do senado e é mto importante que unamos nossas forças para que esta lei absurda nao passe.

A propaganda é que querem apenas delimitar o que o medico pode fazer, mas a verdade é que querem fazer reserva de mercado. Ou seja: dinheiro.

Com a lei, todos os profissionais teriam que estar vinculados a um médico que passaria toda a terapêutica, mesmo aquelas que ele nem compreende bem, como no caso da fisioterapia e do parto natural pelos enfermeiros.

Além disso, nem os próprios médicos sabem que simplesmente TODOS os procedimentos minimamente invasivos, passariam a ter que passar por eles, ou seja, eles teriam que aplicar ate mesmo vacina.

Nem existe tanto médico assim no mundo para assumir o lugar de tantos profissionais, o que acabará sobrecarregando os médicos que já estão aí, principalmente os da ponta.

Se as outras profissões se unirem e resolverem cumprirem esta lei, caso passe, não poderemos nem mesmo ajudar os medicos que sao contra este absurdos, fazendo os procedimentos que a partir daí seria excluivo dos médicos.

Para nos enfermeiros, por exemplo, restará cuidados com o cliente e orientações.

O ato metico ata-nos. Ata cerca de 14 profissões entre elas: enfermagem, fisioterapia, nutrição.

Tem espaço para todos, mas quem mais vai perder com tudo isso é a população.
Mas vc acha que estão ligando pra isso?

Clique e Vote contra
E não se esqueça de que quem está votando são os políticos que NÓS colocamos lá.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Acadêmicos...

Conversas com estudantes sempre me estimulam a estudar mais e a me questionar.

E como atualmente também trabalho como preceptora dos acadêmicos da UFRJ, para mim, esta é uma oportunidade de ver grandes profissionais nascendo.

Então esses dias fiquei muito feliz e, ao mesmo tempo preocupada, com a posição de uma acadêmica de medicina.

Ela me dizia que pensava seriamente em ser Obstetra, porém também me contava do tipo de parto que aprendeu a considerar “normal”.

E mesmo assim, ela gostaria de ter um bebê por via vaginal.

É lindo uma mulher desejar que seu filho venha ao mundo de maneira natural. Acho que esse desejo, quando genuíno, revela a voz da biologia, da natureza num diálogo direto. É como se o espírito desse bebê já estivesse em contato com esta mãe, pedindo um nascimento em paz. Muitos diriam que é uma viagem espiritualista, mas outros compreendem do que estou falando.

Fui comovida por aquele desejo, mas também me preocupei com o que ela compreende como parto, já que sua amostra de partos é medicalizadamente viciada.

E fiquei me perguntando como alguém pode querer passar pela experiência de parto, quando o que conhece é o doloroso, o solitário, o coisificado, o ruim.

Imagina quando ela souber o quanto o parto pode ser extasiante?!

Se conhecendo partos tradicionais, ela já se interessou, se tiver a chance de conhecer a obstetrícia baseada em evidência, vai se apaixonar perdidamente. Creio eu.

Mas será que a imersão no sistema obstétrico atual permite que um profissional de boa vontade siga outro caminho senão o imposto e limitado?

Todos os poucos obstetras humanistas que conheço traçaram um caminho bem difícil, porém consciente e sem volta. É um caminho tão diferente que poucos puderam percorrer de verdade até o fim. E mesmo depois que se encontram como profissionais, as criticas não cessam, marcando um paradoxo - científico e moral - imperdoável entre as críticas aos humanistas – que fazem certo - e exaltação dos cesaristas desenfreados – que não fazem o certo.

Não é atrás apenas do termo “Eu FIZ o parto de alguém” que se esconde toda a distorção feita contra as mulheres diante de seus partos. Cada vez que dizemos que seu parto é imprevisível e perigoso demais para ela ser completamente autônoma neste processo, matamos um pouco a esperança de um mundo melhor. Toda vez que dizemos a uma grávida que ela deve parir num hospital, tiramos dela a chance de colocar seu filho no mundo, e com isso prejudicamos o futuro da humanidade.

Loucura?

Um parto não é só um parto. Um nascimento não é só um nascimento. Cada espírito que nasce precisa ser bem recebido e se não formarmos profissionais que acreditem visceralmente nodireito primal feminino de parir sua cria, que cenário mundial vamos mudar?

Se esta acadêmica e seus colegas não conseguirem enxergar logo além dos bisturis, estaremos os condenando ao simplismo e passividade e as nossas mulheres e bebês a partos medicalizados.

Porque depois de um tempo, “os peixes não conseguem mais ver a água” e este "parto" vai continuar sendo doloroso, temido e repugnante.

Eles já me visitaram