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terça-feira, 1 de outubro de 2013

O Que Eu Não Faço

Quanto tempo!

Resolvi voltar a escrever aqui depois de umas cobranças  muito carinhosas que tive recentemente!

Então... Semana passada recebi de uma mulher um e-mail - que espero que tenha sido brincadeira - me implorando pra assistir em casa o parto onde sua empregada dela daria lhe o bebê, porque ninguem poderia saber.

O e-mail era muito comovente. Falava do desespero da mulher em ser mãe e não poder e agora queria agarrar com todas as forças essa oportunidade.

Eu nem me dei o trabalho de responder tamanho é o absurdo.

Meu trabalho não é criar situações inseguras, ilegais, mesmo diante desse tipo de desespero.

De coração eu entendo o que essa mulher pode estar sentindo, mas envolver outras pessoas numa situação tão delicada e perigosa assim chega a ser desrespeitoso. Foi assim que me senti. Desrespeitada. como se eu em alguma dimensão fosse capaz de aceitar dinheiro pra esconder uma coisa tão séria e que pode dar tanto problema para todos. Enfim, fadada ao fracasso.

Outra coisa é o aborto. De vez em quando vem uma me perguntar como se faz pra "tirar o filho". Eu não ensino, não faço e não indico quem faz. Pede pra alguem que apoia a descriminalização fazer. Eu entendo, não condeno e nem vou considerar isso em qualquer tipo de relação que venha a ter. Tenho amigas e parentes que ja fizeram e eu posso dizer de coração que eu compreendo. Mas acho um absurdo envolver terceiros numa questão ilegal, que pode dar cadeia e um baita peso na consciência. Eu trabalho com nascimento, com planejamento familiar, posso orientar uma mulher a como proceder na adoção, mas nada que direta ou indiretamente agrida o meu direito pessoal de estar em paz com minha consciência.

E tambem não aplico esteróides anabolizantes, nem facilito acesso a medicamentos psicotrópicos. Porque acho que a beleza fisíca e a paz mental são frutos de esforço e auto vigilância. Isso não vende na farmácia.

Assim como o parto, que é um processo. Por isso não chamo cesarea de parto, principalmente se for eletiva sem indicação. Não compactuo mesmo com um centro cirurgico que entrega/produz um bebe/h pro berçário, lembrando que abomino berçário. O bebê é da mãe. Mesmo cansada.

Então...
Me peça várias coisas. Já sou muito mais corajosa e científica pra parto que a sociedade quase inteira. Mas não me peça pra me trair.
Porque eu não vou.



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