- O parto Natural e humanizado de verdade - A maneira segura e emocionante de ajudar mulheres trazer crianças ao mundo

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tecnologias...

Os argumentos contra o Parto domiciliar é que são ultrapassados e ilógicos! Dizem que a tecnologia deve ser usada quando necessária, mas não dão a mesma ênfase a evitá-la, quando desnecessária. Negar o PD é contradizer (sem bons argumentos) uma história de indiscutível sucesso.

Devemos a ele a existência da humanidade. A ele e às parteiras tradicionais, antes chamadas de “bruxas” e agora de “curiosas”. Realmente... bruxas e curiosas sabem demais. O parto natural tem lá suas "tecnologias". Não dispõem de objetos metálicos protrusos, maquinas que fazem “PIP”, focos luminosos ou técnicas sofisticadas para fazer o que a natureza faz há milhões de anos sem muito esforço. Mesmo assim é uma "tecnologia" pra ninguém botar defeito.

Nossa sociedade medicocêntrica e pouco crítica crê em corpos altamente defectíveis, incapazes de resolverem-se por si só. Com medo de uma dor que pode nem existir, pedimos, negociamos, exigimos e barganhamos uma cirurgia arriscada para a retirada de bebês imaturos por meio de um corte em nossos sagrados úteros, sem sequer questionar. As vezes, sem parar prara pensar em como o bebê se sentirá sendo extraído do único mundo que conhece até então, antes de seu tempo. Uma atitude que tem como base o que é aceito culturalmente, que normalmente deixa a lógica e a ciência de lado.

A mulher diz que “quer” um parto normal, mas não se informa sobre a taxa de cesárea de seu obstetra tem uma chance imensa de ter uma cesarea. Normalmente se recolhe e se submete por medo. Simplesmente coloca sua vida e de seu bem mais precioso nas mãos de um médico (um ser humano como eu e você) e o responsabiliza pelo sucesso ou fracasso do procedimento que ele escolher e fizer. Não duvida, não critica e aguarda uma indicação médica no horário comercial para enfim “precisar” de uma cesárea salvadora. E tudo bem porque afinal, mãe e bebê estão vivos... Não é isso que importa?

O irônico é que, enquanto a OMS fala em 15% de cesáreas (no máximo), sendo o ideal de 8 a 10%, quase todas as mulheres com planos de saúde que conhecemos tiveram "indicação" clínica para fazê-las.

Ou demos o azar de conhecermos exatamente todos os 15% ou grande parte das mulheres está sendo enganada passiva e facilmente.

As cesáreas realmente necessárias são valiosas, mas jamais deixarão de ser seriamente perigosas só porque a sociedade se acostumou.

Por que não devolver à cesárea seu caráter de recurso médico? Sem preconceitos, conveniências e sem vaidades...

O bebê tem poucos desejos no útero materno, mas é certo e comprovado que tem apego á mãe e à vida. Se pudesse se expressar, nenhum bebê escolheria nascer assim, se lhe fosse dada alternativa. Simplesmente porque não é de sua natureza!... Qualquer um que já tenha visto uma cesárea com sensibilidade, percebe isto. É só olhar.

Esta forma de nascer pode trazer à criança insegurança, medo e até desespero. Ele é rapidamente mostrado à mãe e levado aos primeiros cuidados, longe dela.
Sua primeira percepção não foi materna, mas médica. O fato de não querer pensar nisso, não faz com que não aconteça. É obvio que este modelo de assistência ao parto já começou a rolar ladeira abaixo. Não agüentaremos por muito tempo.

As conseqüências deste afastamento mãe-filho nos primeiros instantes de vida, acompanhados de partos traumáticos ou cesarianas forçadas, estão se revelando mais tarde na sociedade.
Somos ativistas. Nem todo mundo precisa ser. Se você pelo menos tomar um rumo diferente, por sua decisão, já terá valido a pena. Como diz Odent, para mudar o mundo, precisamos mudar a forma de nascer.

Acredito que hoje, o parto domiciliar seja a única forma de reunir todos os componentes necessários para nascer feliz. E começar a mudar o mundo. De fato.

Um comentário:

Kalu disse...

Maravilhoso seu blog, Dydy. Podemos indicar no mamiferas?

Eles já me visitaram